Estamos falando tanto sobre respeitar e valorizar a diversidade humana. Nos meus estudos, fiz uma reflexão estabelecendo um paralelo entre diversidade e biodiversidade dos ecossistemas. Te convido a fazer esta ponderação junto comigo, estabelecendo uma correlação com os ambientes corporativos.

Nos ambientes naturais o equilíbrio se dá pela riqueza da biodiversidade existente no ecossistema, quanto maior a coexistência de diferentes espécies, mais ele se regenera, prospera e gera abundância.

Porque nisso, reside um dos seus princípios, a sua inteligência está no fato de que cada espécie tem a sua função e a sua entrega particular. Que ocorre em um ritmo e um ciclo próprio do tempo. Por isso, necessitam de qualidades e quantidades de recursos específicos – alguns de mais sol, outros de menos água, alguns de mais minério outros de menos CO2 – dessa maneira não competem pelos mesmos subsídio e energia para crescer. Na verdade, a sua coexistência facilita e colabora com a existência da outra espécie, porque gera sombra, abre caminho e complementa.

Na sociedade que ainda respira e age sobre os paradigmas do sistema mecanicista e reducionista da revolução industrial. Os seres humanos são parte de uma engrenagem, que devem agir com previsibilidade para assegurar o planejamento dos resultados que são esperados.

Nesta perspectiva, a “monocultura” humana é vista como fundamental para o sistema produtivo. Isto significa, que todos são inseridos em um mesmo ambiente a partir de um mesmo parâmetro de seleção, precisam entregar a mesma proporção ou quantidade de produção, em um mesmo ciclo e ritmo de tempo, e com isso disputam os mesmos recursos, reconhecimentos e recompensas para se desenvolver. A “monocultura” gera concorrência, competição e desequilibra o sistema que aos poucos fica escasso, frágil e para de produzir.

Com isso, deixo vocês com as minhas perguntas pessoais. Como cada um de nós consegue reconhecer a sua própria essência, os seus potenciais individuais e valoriza a sua própria entrega? Como nos inserimos em comunidades diversas ou não, corporativas ou não? Como nos percebemos como parte de um sistema e aceitamos como os outros pensam, sentem e agem de maneira diferente? O quanto podemos utilizar da inteligência da natureza para reger as nossas relações humanas?

Simone Faustini é consultora, professora, autora e mentora em sustentabilidade. Atua na Nexus Consultoria, assessorando as empresas à promover relações sustentáveis entre sociedade, meio ambiente e negócios. www.nexusconsultoria.com

Escrito por Nexus